segunda-feira, 18 de junho de 2012

Poema ultra-romântico

Ninguém mente á própria tristeza

Eu vou falar que ninguém sabe dos demônios
Que põe cinza todo o azul do céu
Eu vou falar sem juízo que o meu juízo
Não resolve o Juízo Final
E entre o bem e o mal, eu prossigo,
Como a aparência da alegria,
Dessa mentira que vocês gostam de ver
E de se esconder nela
Eu vou falar que ninguém vai bem por muito tempo
E que a tristeza, às vezes, indizível,
É a herança comum que nós temos
E a única coisa que não se tem inveja nem ciúmes
Eu falar que sou triste, ninguém vai ouvir,
Porque é mais fácil falar do que vos convém,
Do que possa beneficiar vocês
Não vou falar desse inferno
Que muito de vocês não sabem enfrentar
Nem vou falar mais da tristeza
Deixo que ela, em silêncio,
Fale por mim dentro de vocês
E encontre, sem fatalidade,
Um canto nos seus olhos.

Marcel Franco
 
Paulo Rocha e João Vicente

domingo, 17 de junho de 2012

Poema ultraromântico

Para dourar a existência
Deus nos deu a fantasia;
Quadro vivo, que nos fala,
D'alma profunda harmonia.

Como um suave perfume,
Que com tudo se mistura;
Como o sol que flores cria,
E enche de vida a natura.

Como a lâmpada do templo
Nas trevas sozinha vela,
Mas se volta a luz do dia
Não se apaga, e sempre é bela.


Dupla: Luiz Carlos e Lucas de Alencar.
Turma: 9ºC

Comparar as poesias “Lembrança de morrer” e “O poeta moribundo” e comentar as diferenças que há entre elas no modo de encarar a morte

Na poesia "Lembrança de Morrer", o autor quer que não fiquem tristes quando ele falecer, pois para ele sua vida era triste e ele ficaria melhor se morresse.
Já na poesia "O poeta moribundo" ela não fica preocupado com a dia de sua morte e aconteça o que acontecer.

Dupla: Luiz Carlos e Lucas de Alencar
Turma: 9ºC

Pesquisar a obra de outros poetas românticos brasileiros da época, como Fagundes Varela, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire, e selecionar poesias que tenham características em comum com as poesias de Álvares de Azevedo


Poesia – Fagundes Varela 

Nas horas tardias que a noite desmaia 
Que rolam na praia mil vagas azuis, 
E a lua cercada de pálida chama 
Nos mares derrama seu pranto de luz, 


Eu vi entre os flocos de névoas imensas, 
Que em grutas extensas se elevam no ar, 
Um corpo de fada — sereno, dormindo, 
Tranqüila sorrindo num brando sonhar. 


Na forma de neve — puríssima e nua — 
Um raio da lua de manso batia, 
E assim reclinada no túrbido leito 
Seu pálido peito de amores tremia. 


Oh! filha das névoas! das veigas viçosas, 
Das verdes, cheirosas roseiras do céu, 
Acaso rolaste tão bela dormindo, 
E dormes, sorrindo, das nuvens no véu? 


O orvalho das noites congela-te a fronte, 
As orlas do monte se escondem nas brumas, 
E queda repousas num mar de neblina, 
Qual pérola fina no leito de espumas! 


Nas nuas espáduas, dos astros dormentes 
— Tão frio — não sentes o pranto filtrar? 
E as asas, de prata do gênio das noites 
Em tíbios açoites a trança agitar? 


Ai! vem, que nas nuvens te mata o desejo 
De um férvido beijo gozares em vão!... 
Os astros sem alma se cansam de olhar-te, 
Nem podem amar-te, nem dizem paixão! 


E as auras passavam — e as névoas tremiam 
— E os gênios corriam — no espaço a cantar, 
Mas ela dormia tão pura e divina 
Qual pálida ondina nas águas do mar! 


Imagem formosa das nuvens da Ilíria, 
— Brilhante Valquíria — das brumas do Norte, 
Não ouves ao menos do bardo os clamores, 
Envolto em vapores — mais fria que a morte! 


Oh! vem; vem, minh'alma! teu rosto gelado, 
Teu seio molhado de orvalho brilhante, 
Eu quero aquecê-los no peito incendido, 
— Contar-te ao ouvido paixão delirante!... 


Assim eu clamava tristonho e pendido, 
Ouvindo o gemido da onda na praia, 
Na hora em que fogem as névoas sombrias 
– Nas horas tardias que a noite desmaia. 


E as brisas da aurora ligeiras corriam. 
No leito batiam da fada divina... 
Sumiram-se as brumas do vento à bafagem, 
E a pálida imagem desfez-se em — neblina!







Saudade - Junque Freire





Em minhas horas de noturna insônia,

Com os olhos fitos no porvir longínquo
Eu penso em mim, - e na segunda idéia
Encontro-me contigo.

Eu te pranteio no arrebol da aurora,
Que em teu exílio meditando esperas.
Envolto num crepúsculo te enxergo
A deplorar teus fados.

Nas nuvens de sangüíneas listras
Lágrimas verto que sobre elas mando,
Partem, - porém do caminhar cansadas
Descaem no oceano.

Desesperado então, maldigo o espaço,
Maldigo o céu e a terra, o vácuo e o pleno.
Em cada criação deparo um erro.
Nem acho Deus tão sábio.

E na minha alma se desenha ao vivo
Melhor, mais belo, mais ditoso, um mundo.
Tiro do nada, sem ausência e males,
Um orbe todo novo.

O amor da pátria que os tiranos banem,
Não choraria maldições e sangue.
Nem tu nem eu seríamos cortados
Por divisões de abismos.

Mas quando ainda não acabo o sonho,
Diviso armadas que vão mar em fora.
Desperto, e caio nos aéreos braços
Da quimera sublime.

E mais amargo te lamento a sorte,
Tu, mártir feito pelas mãos dos bonzos,
Invoco o céu que entornará sobre eles
Alabastros de anátema.

Ligando a mim teu coração dorido,
Que a teus amigos em penhor deixaste,
Tateio nele as emoções tão vivas,
Que em teu desterro sofres.

Conheço as aflições que te salteiam,
Nobre proscrito. O sol, a lua, os astros.
Cruzam teu ponto, e trazem-me sinceros
Tuas ingênuas dores.

Sim! para os claustros não nasceu tua alma.
Teu coração não te palpita - Monge.
Nem tão baixo teus ímpetos serpenteiam,
Que um cárcere os contente.

Nesse vasto palor que te orna a fronte,
- Sinal dos homens de profundo gênio,
Eu leio a grande e destemida idéia,
Que não cabe nos claustros.

Deserta, ó gênio, do covil imundo,
Onde o leão dos vícios se alaparda.
Ah! esta cela, onde a indolência dorme.
Não pode, não, ser tua.

Coral guardado nas flumíneas urnas,
Quem há de te arrancar do equóreo fundo?
Não serias mais belo, em áureo engaste,
No colo de uma virgem?








Dupla: Luiz Carlos e Lucas de Alencar.
Turma: 9ºC

Diferenças de textos humorísticos e satíricos

Textos humorísticos:
Tem como razão fazer as pessoas rirem,a única coisa que ele busca são formas de fazer as pessoas se entreterem por um meio de humor objetivo e direto.

Ex:

Joãozinho botou uma placa na porta de casa dizendo “CUIDADO COM O CÃO”.
Aí a mãe dele viu e disse:
- Meu filho, por que você está colocando esta placa se o nosso cão é tão pequeno?
Joãozinho respondeu:
- Ora mãe, por isso mesmo: para ninguém pisar nele.


Textos satíricos:

O texto humorístico é um texto que tem um humor sutil e mais bem trabalhado, normalmente ele tem ideias contrárias a um sistema, fazendo uma crítica a política, governo e costumes.

Ex:

 O combate à dengue parece ineficaz. A culpa é do governo?
- Não. A culpa é sua, que escolheu a atual administração do Estado. Boa sorte no próximo voto, caso você sobreviva à dengue hemorrágica.

Dupla: Luiz Carlos e Lucas de Alencar.
Turma: 9ºC

sábado, 16 de junho de 2012

Pesquisar a obra de outros poetas românticos brasileiros da época, como Fagundes Varela, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire, e selecionar poesias que tenham características em comum com as poesias de Álvares de Azevedo.

Casimiro de Abreu 

Desejo


Se eu soubesse que no mundo 
Existia um coração, 
Que só' por mim palpitasse
De amor em terna expansão; 
Do peito calara as mágoas, 
Bem feliz eu era então! 


Se essa mulher fosse linda 
Como os anjos lindos são, 
Se tivesse quinze anos, 
Se fosse rosa em botão, 
Se inda brincasse inocente 
Descuidosa no gazão; 


Se tivesse a tez morena, 
Os olhos com expressão, 
Negros, negros, que matassem, 
Que morressem de paixão, 
Impondo sempre tiranos 
Um jugo de sedução; 


Se as tranças fossem escuras, 
Lá castanhas é que não, 
E que caíssem formosas 
Ao sopro da viração, 
Sobre uns ombros torneados, 
Em amável confusão;


Se a fronte pura e serena
Brilhasse d'inspiração,
Se o tronco fosse flexível
Como a rama do chorão,
Se tivesse os lábios rubros,
Pé pequeno e linda mão;


Se a voz fosse harmoniosa
Como d'harpa a vibração,
Suave como a da rola
Que geme na solidão,
Apaixonada e sentida
Como do bardo a canção;


E se o peito lhe ondulasse
Em suave ondulação,
Ocultando em brancas vestes
Na mais branda comoção
Tesouros de seios virgens,
Dois pomos de tentação;


E se essa mulher formosa
Que me aparece em visão,
Possuísse uma alma ardente,
Fosse de amor um vulcão;
Por ela tudo daria...
— A vida, o céu, a razão!

Álvares de Azevedo 

Amor


 Amemos! Quero de amor
Viver no teu coração! 
Sofrer e amar essa dor 
Que desmaia de paixão! 
Na tu'alma, em teus encantos 
E na tua palidez 
E nos teus ardentes prantos 
Suspirar de languidez! 
Quero em teus lábio beber 
Os teus amores do céu, 
Quero em teu seio morrer 
No enlevo do seio teu! 
Quero viver d'esperança, 
Quero tremer e sentir! 
Na tua cheirosa trança 
Quero sonhar e dormir! 
Vem, anjo, minha donzela, 
Minha'alma, meu coração! 
Que noite, que noite bela! 
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento 
Da noite ao mole frescor, 
Quero viver um momento, 
Morrer contigo de amor!

Semelhanças: As duas poesias falam de amor e sofrimento e de como é viver a vida com esses sentimentos. Os autores criam um Eu-Lírico com um mesmo estilo e formam uma mesma expressão de sentido ao poema. 



Dupla: Paulo Rocha e João Vicente

Comparar as poesias “Lembrança de morrer” e “O poeta moribundo” e comentar as diferenças que há entre elas no modo de encarar a morte.


Lembrança de Morrer
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro,
... Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como o desterro de minh’alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade... é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade... é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Pouco - bem poucos... e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
Mas quando preludia ave d’aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua pratear-me a lousa!

O Poeta Moribundo
Poetas! amanhã ao meu cadáver
Minha tripa cortai mais sonorosa!
Façam dela uma corda, e cantem nela
Os amores da vida esperançosa!
Cantem esse verso que me alentava...
O aroma dos currais, o bezerrinho,
As aves que na sombra suspiravam,
E os sapos que cantavam no caminho!
Coração, por que tremes? Se esta lira
Nas minhas mãos sem força desafina,
Enquanto ao cemitério não te levam
Casa no marimbau a alma divina!
Eu morro qual nas mãos da cozinheira
O marreco piando na agonia . . .
Como o cisne de outrora... que gemendo
Entre os hinos de amor se enternecia.
Coração, por que tremes? Vejo a morte
Ali vem lazarenta e desdentada. ..
Que noiva!. . . E devo então dormir com ela?. ..
Se ela ao menos dormisse mascarada!
Que ruínas! que amor petrificado!
Tão antediluviano e gigantesco!
Ora, façam idéia que ternuras
Terá essa lagarta posta ao fresco!
Antes mil vezes que dormir com ela,
Que dessa fúria o gozo, amor eterno. . .
Se ali não há também amor de velha,
Dêem-me as caldeiras do terceiro Inferno!
No inferno estão suavíssimas belezas,
Cleópatras, Helenas, Eleonoras;
Lá se namora em boa companhia,
Não pode haver inferno com Senhoras!
Se é verdade que os homens gozadores,
Amigos de no vinho ter consolos,
Foram com Satanás fazer colônia,
Antes lá que no Céu sofrer os tolos!-
Ora! e forcem um'alma qual a minha
Que no altar sacrifica ao Deus-Preguiça
A cantar ladainha eternamente
E por mil anos ajudar a Missa!

Comparação:
Em “Lembrança de Morrer” a morte é tipo um remédio para o homem poder fugir do sofrimento por que está passando, já em “O Poeta Moribundo” o homem acha a morte normal, como mais uma etapa da vida e que não se tem nada a temer.

Dupla: Paulo Rocha e João Vicente

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A música romântica: pesquisa sobre a música no romantismo.

a) Liszt: Foi o criador de uma forma musical que seria adotada por dezenas de outros compositores. Suas peças geralmente apresentam momentos de improviso e sua musica era exagerada. Liszt foi o inventor do recital de piano.



Chopin: Várias de suas obras têm influência do folclore polonês, país onde nasceu. Seu estilo romântico era irresistível e suas melodias tinham uma beleza arrebatadora. Possuía uma perfeição técnica, um estilo refinado e uma elaboração harmônica.
 


Schumann: é o maior compositor do Romantismo alemão. Sua obra é forte, é o lado noturno do Romantismo, o pessimismo profundo, influenciado por Byron. Suas obras no piano eram altamente românticas e poéticas.

Schubert: Era herdeiro do classicismo de Mozart, mas tinha já o espírito de renovação que levaria ao Romantismo. Sua musica apresentava melancolia. É considerado um dos maiores compositores do século 19, marcando a passagem do estilo clássico para o estilo romântico.
 

Beethoven: viveu uma época de transição musical, entre a era clássica e a romântica. Em suas obras musicais passava um profundo sentimento e incomparável expressão. Beethoven é considerado um dos grandes compositores de música clássica de todos os tempos.
b) Na musica da época do romantismo, ocorre a valorização da liberdade de expressão e a utilização de todos os recursos da orquestra. Além da forte expressividade, outra característica marcante no período musical romântico é a chamada música descritiva. No romantismo os compositores buscavam uma expressão mais intensa e vigorosa das emoções, freqüentemente revelando seus sentimentos mais profundos, inclusive seus sofrimentos. Os aspectos populares, folclóricos e nacionalistas, também ganharam importância nas músicas.

c)     
Morte e a Donzela de Schubert
Nona sifonia de Beethoven

Paulo Rocha e João Vicente - 9ªC 

Discutir a diferença entre texto humorístico e texto satírico e apontar as poesias que podem ser consideradas exemplos de humor e exemplos de sátira.

Texto humorístico é um texto que tem como objetivo fazer as pessoas rirem,a única coisa que ele busca são formas de fazer as pessoas se divertirem.Já o texto satírico é um texto que contém humor,porém por trás dessa brincadeira há sempre uma crítica que pode variar entre:críticas da sociedade,da política da pobreza da fome e etc.

Poesia satírica:
"Esta mãe universal",
Esta célebre Bahia,
Que as seus peitos toma, e cria,
os que enjeita Portugal"

"Cansado de vos pregar
cultíssimas profecias,
quero das culteranias
hoje o hábito enforcar:
de que serve arrebentar
por quem de mim não tem mágoa?
verdades direi como água
porque todos entendais,
os ladinos e os boçais,
a Musa praguejadora.
Entendeis-me agora?"

Humorística:

O dinheiro não é tudo. Não se esqueça também do ouro, os diamantes, da platina e das propriedades.
 
Paulo Rocha e João Vicente


domingo, 10 de junho de 2012

Álvares de Azevedo - o poeta da Lira dos vinte anos

a)      Pesquisa sobre o autor
Manuel Antônio Álvares de Azevedo(São Paulo12 de setembro de 1831 — Rio de Janeiro25 de abril de 1852) foi um escritor da segunda geração romântica (Ultra-RomânticaByroniana ou Mal-do-século), contistadramaturgopoeta e ensaísta brasileiro, autor de Noite na Taverna.
Filho de Inácio Manuel Álvarez de Azevedo e Maria Luísa Mota Azevedo, passou a infância no Rio de Janeiro, onde iniciou seus estudos. Voltou a São Paulo (1847) para estudar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde desde logo ganhou fama por brilhantes e precoces produções literárias. Destacou-se pela facilidade de aprender línguas e pelo espírito jovial e sentimental.
Durante o curso de Direito traduziu o quinto ato de Otelo, de Shakespeare; traduziu Parisina, de Lord Byron; fundou a revista da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano(1849); fez parte da Sociedade Epicureia; e iniciou o poema épico O Conde Lopo, do qual só restaram fragmentos.
b)      O que podemos entender com a Antítese personificada
(Era mais bela! O seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti – as noites eu velei chorando,
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!)
*Trecho retirado de sua composição.

A característica intrigante de sua obra reside na contradição – talvez a contradição de si mesmo, que fazia com que ele próprio se sentisse como um adolescente, que se enquadra no dualismo característico da linguagem romântica, visível nas parte que formam sua principal obra poética Lira dos vinte anos, cuja primeira e terceira partes mostram um Álvares de Azevedo adolescente, casto, sentimental e ingênuo.
c)      Análise do poema: “Idéias íntimas”

Um passo adiante, não é alheio a este conjunto a relevância da fantasia compensatória no cotidiano empobrecido, nem a capacidade de verbalizá-la, que especializa o poeta; acresce o tom melancólico em que ele o faz e a ironia com que lida com os próprios sentimentos. Esse distanciamento (nem sempre presente no texto) converge não só para a crítica do que é tematizado, mas também para uma atitude de objetividade. Tudo somado, mais o percurso do poema como duração (estranha a qualquer ajustamento linear das impressões), a conclusão a que se chega é que Idéias Íntimas, são um poema que alcança eficazmente a sensibilidade contemporânea mais de um século depois de produzido; e que Álvares de Azevedo talvez seja o primeiro poeta urbano realmente moderno da literatura brasileira.
d)      Encontre a ironia no poema “É ela! É ela! É ela! É ela!” 
O tema da mulher idealizada é constante na obra de Álvares de Azevedo. A musa eleita é uma lavadeira. O emprego de termos elevados em referência a lavadeira, tais como "fada aérea e pura" é um fator que reforça o riso por associar a lavadeira a uma musa inspiradora e exaltadora de paixão.

Dupla: Paulo Rocha e João Vicente





Álvares de Azevedo - o poeta da Lira dos vinte anos

a) Pesquisa sobre o autor:

Manuel Antônio Álvares de Azevedo (São Paulo, 12 de setembro de 1831 — Rio de Janeiro, 25 de abril de 1852) foi um escritor da segunda geração romântica (Ultra-Romântica, Byroniana ou Mal-do-século), contista, dramaturgo, poeta ensaísta brasileiro, autor de Noite na Taverna.

Filho de Inácio Manuel Álvarez de Azevedo e Maria Luísa Mota Azevedo, passou a infância no Rio de Janeiro, onde iniciou seus estudos. Voltou a São Paulo (1847) para estudar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde desde logo ganhou fama por brilhantes e precoces produções literárias. Destacou-se pela facilidade de aprender línguas e pelo espírito jovial e sentimental.

Durante o curso de Direito traduziu o quinto ato de Otelo, de Shakespeare; traduziu Parisina, de Lord Byron; fundou a revista da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano (1849); fez parte da Sociedade Epicureia; e iniciou o poema épico O Conde Lopo, do qual só restaram fragmentos.

Não concluiu o curso, pois foi acometido de uma tuberculose pulmonar nas férias de 1851-52, a qual foi agravada por um tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, falecendo aos 21 anos. A sua obra compreende: Poesias diversas, Poema do Frade, o drama Macário, o romance O Livro de Fra Gondicário, Noite na Taverna, Cartas, vários Ensaios (Literatura e civilização em Portugal, Lucano, George Sand, Jacques Rolla), e a sua principal obra Lira dos vinte anos(inicialmente planejada para ser publicada num projeto - As Três Liras - em conjunto com Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães).É patrono da cadeira 2 da Academia Brasileira de Letras.

Atualmente tem suscitado alguns estudos acadêmicos, dos quais sublinham-se "O Belo e o Disforme", de Cilaine Alves Cunha (EDUSP, 2000), e "Entusiasmo indianista e ironia byroniana" (Tese de Doutorado, USP, 2000); "O poeta leitor. Um estudo das epígrafes hugoanas em Álvares de Azevedo", de Maria C. R. Alves (Dissertação de Mestrado, USP, 1999); "Álvares de Azevedo: A busca de uma literatura consciente", de Gilmar Tenorio Santini (Dissertação de Mestrado, UNESP, 2007).

Suas principais influências são: Lord Byron, Goethe, François-René de Chateaubriand, mas principalmente Alfred de Musset.


b)  O que podemos entender com a Antítese personificada:

  Álvares de Azevedo (1831-1852)é a principal expressão da geração ultra-romântica da nossa poesia. Paulista, fez seus primeiros estudos no Rio de Janeiro e cursava o quinto ano de Direito em São Paulo quando sofreu um acidente(queda de cavalo)cujas complicações o levaram à morte aos 20 anos de idade.
O escritor cultivou a poesia, a prosa e o teatro. Toda a sua produção – sete livros, discursos e cartas – foi escrita em apenas quatro anos, período em que era estudante universitário. Tendo deixado uma obra de qualidade irregular no conjunto, mas de grande significado na evolução da poesia nacional. A característica intrigante de sua obra reside na contradição – talvez a contradição de si mesmo, que fazia com que ele próprio se sentisse como um adolescente, que se enquadra no dualismo característico da linguagem romântica, visível nas partes que formam sua principal obra poética Lira dos vinte anos, cujas primeira e terceira partes mostram um Álvares de Azevedo adolescente, casto, sentimental e ingênuo.

Soneto

Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada 
Como a lua por noite embalsamada
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d`alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! O seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti – as noites eu velei chorando,
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo! 


Na segunda parte da Lira dos vinte anos no entanto,nos deparamos com uma segunda face da obra com os seguintes dizeres:
“Cuidado, leitor, ao voltar esta página!
Aqui dissipa-se o mundo visionário e platônico.Vamos entrar num mundo novo, terra fantástica, verdadeira ilha Barataria de D. Quixote, onde Sancho é rei;
Quase que depois de Ariel esbarramos em Caliban.
A razão é simples. É que a unidade deste livro e o capítulo funda-se numa binômia.Duas almas que moram nas cavernas de um cérebro pouco mais ou menos de poeta escreveram este livro,verdadeira medalha de duas faces.

Nos meus lábios onde suspiro a monodia amorosa,vem a sátira que morde”.


A ironia é um traço constante na obra de Álvares de Azevedo e é uma forma não passiva de ver a realidade, de abalar as convenções do mundo burguês.Em determinados aspectos, a poesia de Álvares de Azevedo se assemelha a alguns poetas do século XX, como a ironia na poesia de Carlos Drummond de Andrade e o cotidiano na de Manuel Bandeira.


Vagabundo

Eu durmo e vivo ao sol como um cigano,
Fumando meu cigarro vaporoso;
Nas noites de verão namoro estrelas;
Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso!

Ando roto, sem bolsos nem dinheiro;
Mas tenho na viola uma riqueza:
Canto à lua de noite serenatas,
E quem vive de amor não tem pobreza.
[...]
Tenho por palácio as longas ruas;
Passeio a gosto e durmo sem temores;
Quando bebo,sou rei como um poeta,
E o vinho faz sonhar com os amores. 
c
c  c) Análise do poema "Idéias Íntimas":

O poema trata do homem urbano tal como este se mostra submetido à interiorização da atividade pessoal, ao desligamento progressivo da vida pública e ao trato dos objetos caseiros como veículos de identificação. Um passo adiante, não são alheias a este conjunto a relevância da fantasia compensatória no cotidiano empobrecido, nem a capacidade de verbalizá-la, que especializa o poeta; acresce o tom melancólico em que ele o faz e a ironia com que lida com os próprios sentimentos. Esse distanciamento (nem sempre presente no texto) converge não só para a crítica do que é tematizado, mas também para uma atitude de objetividade. Tudo somado, mais o percurso do poema como duração (estranha a qualquer ajustamento linear das impressões), a conclusão a que se chega é que Idéias Íntimas" são um poema que alcança eficazmente a sensibilidade contemporânea mais de um século depois de produzido; e que Álvares de Azevedo talvez seja o primeiro poeta urbano realmente moderno da literatura brasileira.

d) Encontre a ironia no poema “É ela! É ela! É ela! É ela!”:

O tema da mulher idealizada é constante na obra de Álvares de Azevedo. A musa eleita é uma lavadeira. O emprego de termos elevados em referência a lavadeira, tais como "fada aérea e pura" é um fator que reforça o riso por associar a lavadeira a uma musa inspiradora e exalta paixão.


Dupla: Luiz Carlos e Lucas de Alencar.
Turma:: 9ºC