domingo, 10 de junho de 2012

Álvares de Azevedo - o poeta da Lira dos vinte anos

a) Pesquisa sobre o autor:

Manuel Antônio Álvares de Azevedo (São Paulo, 12 de setembro de 1831 — Rio de Janeiro, 25 de abril de 1852) foi um escritor da segunda geração romântica (Ultra-Romântica, Byroniana ou Mal-do-século), contista, dramaturgo, poeta ensaísta brasileiro, autor de Noite na Taverna.

Filho de Inácio Manuel Álvarez de Azevedo e Maria Luísa Mota Azevedo, passou a infância no Rio de Janeiro, onde iniciou seus estudos. Voltou a São Paulo (1847) para estudar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde desde logo ganhou fama por brilhantes e precoces produções literárias. Destacou-se pela facilidade de aprender línguas e pelo espírito jovial e sentimental.

Durante o curso de Direito traduziu o quinto ato de Otelo, de Shakespeare; traduziu Parisina, de Lord Byron; fundou a revista da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano (1849); fez parte da Sociedade Epicureia; e iniciou o poema épico O Conde Lopo, do qual só restaram fragmentos.

Não concluiu o curso, pois foi acometido de uma tuberculose pulmonar nas férias de 1851-52, a qual foi agravada por um tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, falecendo aos 21 anos. A sua obra compreende: Poesias diversas, Poema do Frade, o drama Macário, o romance O Livro de Fra Gondicário, Noite na Taverna, Cartas, vários Ensaios (Literatura e civilização em Portugal, Lucano, George Sand, Jacques Rolla), e a sua principal obra Lira dos vinte anos(inicialmente planejada para ser publicada num projeto - As Três Liras - em conjunto com Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães).É patrono da cadeira 2 da Academia Brasileira de Letras.

Atualmente tem suscitado alguns estudos acadêmicos, dos quais sublinham-se "O Belo e o Disforme", de Cilaine Alves Cunha (EDUSP, 2000), e "Entusiasmo indianista e ironia byroniana" (Tese de Doutorado, USP, 2000); "O poeta leitor. Um estudo das epígrafes hugoanas em Álvares de Azevedo", de Maria C. R. Alves (Dissertação de Mestrado, USP, 1999); "Álvares de Azevedo: A busca de uma literatura consciente", de Gilmar Tenorio Santini (Dissertação de Mestrado, UNESP, 2007).

Suas principais influências são: Lord Byron, Goethe, François-René de Chateaubriand, mas principalmente Alfred de Musset.


b)  O que podemos entender com a Antítese personificada:

  Álvares de Azevedo (1831-1852)é a principal expressão da geração ultra-romântica da nossa poesia. Paulista, fez seus primeiros estudos no Rio de Janeiro e cursava o quinto ano de Direito em São Paulo quando sofreu um acidente(queda de cavalo)cujas complicações o levaram à morte aos 20 anos de idade.
O escritor cultivou a poesia, a prosa e o teatro. Toda a sua produção – sete livros, discursos e cartas – foi escrita em apenas quatro anos, período em que era estudante universitário. Tendo deixado uma obra de qualidade irregular no conjunto, mas de grande significado na evolução da poesia nacional. A característica intrigante de sua obra reside na contradição – talvez a contradição de si mesmo, que fazia com que ele próprio se sentisse como um adolescente, que se enquadra no dualismo característico da linguagem romântica, visível nas partes que formam sua principal obra poética Lira dos vinte anos, cujas primeira e terceira partes mostram um Álvares de Azevedo adolescente, casto, sentimental e ingênuo.

Soneto

Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada 
Como a lua por noite embalsamada
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d`alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! O seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti – as noites eu velei chorando,
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo! 


Na segunda parte da Lira dos vinte anos no entanto,nos deparamos com uma segunda face da obra com os seguintes dizeres:
“Cuidado, leitor, ao voltar esta página!
Aqui dissipa-se o mundo visionário e platônico.Vamos entrar num mundo novo, terra fantástica, verdadeira ilha Barataria de D. Quixote, onde Sancho é rei;
Quase que depois de Ariel esbarramos em Caliban.
A razão é simples. É que a unidade deste livro e o capítulo funda-se numa binômia.Duas almas que moram nas cavernas de um cérebro pouco mais ou menos de poeta escreveram este livro,verdadeira medalha de duas faces.

Nos meus lábios onde suspiro a monodia amorosa,vem a sátira que morde”.


A ironia é um traço constante na obra de Álvares de Azevedo e é uma forma não passiva de ver a realidade, de abalar as convenções do mundo burguês.Em determinados aspectos, a poesia de Álvares de Azevedo se assemelha a alguns poetas do século XX, como a ironia na poesia de Carlos Drummond de Andrade e o cotidiano na de Manuel Bandeira.


Vagabundo

Eu durmo e vivo ao sol como um cigano,
Fumando meu cigarro vaporoso;
Nas noites de verão namoro estrelas;
Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso!

Ando roto, sem bolsos nem dinheiro;
Mas tenho na viola uma riqueza:
Canto à lua de noite serenatas,
E quem vive de amor não tem pobreza.
[...]
Tenho por palácio as longas ruas;
Passeio a gosto e durmo sem temores;
Quando bebo,sou rei como um poeta,
E o vinho faz sonhar com os amores. 
c
c  c) Análise do poema "Idéias Íntimas":

O poema trata do homem urbano tal como este se mostra submetido à interiorização da atividade pessoal, ao desligamento progressivo da vida pública e ao trato dos objetos caseiros como veículos de identificação. Um passo adiante, não são alheias a este conjunto a relevância da fantasia compensatória no cotidiano empobrecido, nem a capacidade de verbalizá-la, que especializa o poeta; acresce o tom melancólico em que ele o faz e a ironia com que lida com os próprios sentimentos. Esse distanciamento (nem sempre presente no texto) converge não só para a crítica do que é tematizado, mas também para uma atitude de objetividade. Tudo somado, mais o percurso do poema como duração (estranha a qualquer ajustamento linear das impressões), a conclusão a que se chega é que Idéias Íntimas" são um poema que alcança eficazmente a sensibilidade contemporânea mais de um século depois de produzido; e que Álvares de Azevedo talvez seja o primeiro poeta urbano realmente moderno da literatura brasileira.

d) Encontre a ironia no poema “É ela! É ela! É ela! É ela!”:

O tema da mulher idealizada é constante na obra de Álvares de Azevedo. A musa eleita é uma lavadeira. O emprego de termos elevados em referência a lavadeira, tais como "fada aérea e pura" é um fator que reforça o riso por associar a lavadeira a uma musa inspiradora e exalta paixão.


Dupla: Luiz Carlos e Lucas de Alencar.
Turma:: 9ºC

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